segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

BALANÇO DE 2010

2010 está a acabar!
 Foi talvez  um dos anos mais complicados da minha vida, embora tenha sido um ano mágico e dele eu tenha momentos perfeitamente inesquecíveis…para recordar.
A  nossa vida é feita de esperas…esperamos para nascer, crescer, ser felizes e morrer.
Semeamos sonhos com aroma a rosmaninho e procuramos que eles não acabem…nem sempre o conseguimos!
Temos medo das perdas que sempre se avizinham, cada uma mais dolorosa que a outra…
Mas eu continuo a sorrir nas brumas do meu imenso silêncio, tentando com ele aquecer os que precisam e que o procuram, embora haja dias que tudo parece cair à nosso volta.
O passado bonito… é passado, o futuro… uma incógnita, embora nele resida a esperança da renovação continuada, o sonho será sempre o presente, por isso eu o tento viver, como se nada mais existisse!
Neste fim de 2010 sinto-me em……

BALANÇO

Mais um ano que finda
Para trás ficam poucas alegrias
Alguma magia
E muita tristeza.
Mas tu existes !!!
Entraste de mansinho
Com a leveza de um Índio…
Preenchendo um espaço vazio.
Ano difícil …desencontros
Dúvidas…
Lágrimas amargas
Choradas em silêncio,
Saudade imensa
Que quase me sufocou.
Solitária estarei,
Nesta meia-noite
Que se avizinha
Mas com o coração quente,
Porque sinto o calor do teu
À distância…é certo
Mas sei que não estou sozinha
Porque tu existes!!!!!!!!
FELIZ ANO NOVO!!!!!!!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NOITE DE NATAL...

Hoje é noite de Natal, vou jantar com a mãe e com o irmão, e depois ficarei de novo sozinha no meu canto...
Falta-me tanta gente! Saudades imensas que eu tenho dos ausentes em "viagem" e dos ausentes, que embora presentes tambem não vêem...
Todos eles passeiam no meu pensamento e no meu coração!
Sinto-me pequenina...e uma lagrima teimosa espreita...
Espero que todos tenham um bom Natal com Paz e Saúde.

AVE MARIA

BOM NATAL

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

AMIGOS…OU TALVEZ NÃO!

Durante longos anos, eu pratiquei a arte de “Bem Receber”…
E como eu gostava! Passava horas na cozinha a preparar, com amor e carinho, as coisitas saborosas, de que os meus amigos gostavam.
Sábados longos de trabalho, que eu fazia alegremente.
De noite a casa enchia-se e no final, lá ficava a pilha de loiça para lavar e o chão sujo, que eu “Fada do Lar” limpava e arrumava.
Hoje…sozinha, não tenho verba para tais noitadas…
E os amigos, para quem eu teimosamente tento continuar e acarinhar, com telefonemas, dizem sempre a mesma coisa – olá amiga, estás boa? Lembramo-nos tanto de ti… mas acontece sempre qualquer coisa e depois não telefonamos – Desculpas!!!!!!!!!!!!
Porra…quando é que eu deixo de ser parva?
Eu hoje, sozinha como estou, sabia-me tão bem um telefonema, uma visita para um simples café e uma noite amena de conversa e musica…mas não – gastarem uns litros de gasolina e saírem do seu conforto, não faz parte dos seus planos.
Paciência, continuarei a olhar em frente, solitariamente perdida no meio das minhas velhas  recordações, tendo por companhia um pc com musica, e doces e alegres conversas online – graças a Deus que as tenho – numa partilha cúmplice e terna.
Mas estranhamente, fico sempre com a sensação, que afinal tudo o que tive foi uma miragem, as amizades (se é que as tive) existiram enquanto houve mesa farta…não era a minha companhia que era importante, os meus petiscos é que o eram…
Todos têm uma vida para viver…
Quem está errada sou eu!!!
Vou dormir, enquanto durmo não penso em nada.

                                                                                            6/09/2010

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

EU VOU CONSEGUIR...

Uma pessoa forte sabe como manter a sua vida em ordem...
Mesmo com lágrimas nos olhos e o coração partido, consegue dizer...estou bem... com um sorriso!
Deus Disse a tua tristeza e os tempos dificeis estão a acabar!
Eu vou conseguir ter de volta a magia ...que certamente por minha culpa perdi...porque a vida sem magia não vale a pena ser vivida.
Que Deus em 2011 me traga o descernimento certo para conduzir a minha vida em silencio, para que eu possa sempre ajudar   sem ferir ninguem!

REFLEXÃO DE VIDA...

Eu queria que o Natal fosse para todos 365 dias no ano de Paz ,Amor e Solidariedade

O momento de agora
Trás nele a mais pura semente germinal
Aquela que é capaz de transformar
Todos os nossos conceitos condicionados.
Que o agora, seja vibrante em nossos corações
Sem projecções futuras…
Sem memórias passadas…
Recebê-lo com as portas do Coração abertas
E renascer… Mergulhar…
Conhecer a consciência do Ser
Na exuberância desse instante.
Receber o dia futuro
Sem tensões, nem interferências da Mente
Sem medo, dos pensamentos que o anulam
Como borboletas…
Que seguem em direcção à Luz.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ALENTEJO

Quando o pão da miséria falta,
A vida veste-se de luto,
Num orvalhar de gotas de água
Outrora cristalinas.

São cinzentas as manhãs de Sol
Quando a fome aperta o corpo.

São negras as bandeiras alentejanas,
Negras da fome, sangue e raiva.

Foram-no antes, continuam a sê-lo hoje…

Bastas!   Basta!   Basta!

Grita-me a voz na boca calada

É preciso dourar a seara
E correr com as nuvens  do Sol.

Que as papoilas cubram
Os rostos velho e cansados,
Que o rir estale
Numa alegria viva e sã
Que a campina seja nossa
Como é nosso o direito de viver.


                                                                                                                       1979

domingo, 19 de dezembro de 2010

A ALQUIMIA DOS NICKS.........

Quando comecei a passear por salas de chat, apercebi-me que estas salas são, na maioria das casos, salas de uma enorme solidão, onde por detras de cada nick existe a ilusão de alguma companhia. de sonhos por realizar, um teatro do faz de conta, onde as pessoas raramente são o que dizem ser...

Sou uma alquimista
Na ilusão das palavras
Agora por dizer.
Encostada ao balcão
Penso na miúda que fui,
Um sorriso doce de mulher
Por querer ser a tua índia
Ou um rosmaninho africano
Nas mãos de um jardineiro do rei.
Molhada com pingos de xuva
No meio dos eucaliptos.
Sentada na lareira da imaginação
Pareço um lord
Sorridente as vezes…outras não.
Jardim de orquídeas selvagens
Rosas rubras e pecadoras
Com pimentinha a mistura
Para incendiar as mentes.
Ai… se fosse senhora de um lago
Enchia-o de nenúfares
E pérolas do oceano
Soltava as andorinhas
Que voavam atrapalhadas
Ao som de um telemóvel.
Fado, sensualidade e licores
De monges beneditinos
Em noites de loucura saudável
Fazendo da vida um palco
Talvez engolindo lágrimas
Do vazio das horas por preencher.

Mafalda Veiga - Imortais

Lara Li - Telepatia

DE REGRESSO A CASA…

Regressei de novo ao meu cantinho solitário, às minhas plantas e aos meus gatos.
Sempre acordei da anestesia…Deus quer que eu ande por cá mais algum tempo!
Foi a tua voz e as tuas mensagens diária que me fizeram ao fim de 2 dias de operada – até as enfermeiras se admiraram – querer voltar a andar e regressar rapidamente.
Foi difícil…as dores eram mais que muitas, e agora a recuperação também não é nada  fácil. Para já estou impossibilitada de fazer quase tudo, até de apanhar um papel do chão, qualquer gesto indevido pode provocar uma luxação na prótese.
Felizmente que tenho 2 amigas, “ANJOS SEM ASAS” que me procuram facilitar a vida, Deus as abençoe.
Sentada no meu canto, olho a TV…o Natal está a chegar.
Engraçado como ao longo dos anos os nossos conceitos vão mudando. O Natal para mim era a época mais bonita do ano…o pinheiro enfeitado, as prendas, e expectativa de ver o brilho no olhar das crianças da família ao desembrulharem os presentes. Éramos um grupo enorme e coeso mas com o tempo os “braços” do grupo foram partindo e hoje somos bem poucos…
Dou comigo a ver as notícias e a pensar na hipocrisia das autoridades com a montagem das tendas de natal para os sem abrigo, para terem a sua consoada…e o resto do ano???
Será que estes seres humanos que a sorte ditou terem como lar a rua, a chuva e o frio, não existem nos outros 364 dias do ano?
Onde está a solidariedade nesses dias?
Restam  umas tantas Associações de Voluntários que diariamente fazem a “caridade” de lhe darem uma refeição quente, que eles agarram em silêncio sofregamente, mas nem todos são contemplados…
E os nossos idosos, largados nos hospitais dias antes do Natal, sistematicamente antes da quadra festiva, porque os familiares não querem ter o trabalho de os levar para onde vão…dar-lhes de comer à boca e trocarem as fraldas, claro está…estragaria a festa….
E as nossas crianças?? Quantas têm uma refeição quente ou receberam um único presente nesse dia?
Natal deveria ser renovação, Paz e Amor 365 dias por ano e não apenas dia 24 e 25 de Dezembro.
Tudo isto me vem à cabeça e silenciosamente me faz pensar qual é o sentido da vida!
Tristemente o Natal nesta altura da minha vida tras-me uma nostalgia estranha…talvez seja da idade…sei lá…

sábado, 18 de dezembro de 2010

A MINHA ENTRADA NO HOSPITAL…

Quinta-feira, dia 9 de Dezembro…já cá estou!
Lá trouxe a minha velhota comigo, porque não lhe cabia na cabecita, que eu desse entrada sozinha no hospital.
Filhos, são pérolas preciosas para a minha mãe, e ela com a saúde frágil como tem, segue-os sempre, nem que seja de rastos.
Disfarço como posso, mas dói-me no fundo da alma ver o seu olhar aflito e as lágrimas que tenta esconder no meio do sorriso triste que vai fazendo conforme se aproxima a hora da minha subida ao 3º andar da ortopedia.
Eu não queria que ela viesse… mas nada a demoveu.
A consulta de anestesia foi às 10h da manhã, e a cama nr. 52 (a minha) ficou pronta a ser ocupada às 18,30h…um curtíssimo intervalo, coisa pouca….
Mas não foi só comigo que isso aconteceu, várias pessoas estavam na mesma situação.
Foi neste “curtíssimo” intervalo que conheci a Ana, uma professora de Inglês, que como eu, tentava levar a “coisa” na desportiva.
Levamos o tempo a conversar, para o tempo passar mais depressa, jantamos juntas no refeitório, porque quem entra não tem direito a refeição na enfermaria, uma refeição de peixe que ficou lá todo, de tão intragável que era…aliás como todas as refeições que se seguiram…tudo o que consegui ingerir foi os chás e o pão com manteiga que davam ao pequeno almoço e lanche.
Finalmente instalada, foi tomar o comprimido para dormir às 20h, acariciei com ternura a caixa que me acompanhou, olhei as minhas fotos, elevei uma prece a Deus,  para no dia seguinte às 6,30h da manhã ser acordada e preparada para seguir para o bloco operatório e colocar a prótese na anca.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

UMA ESPERA INCERTA….

Aproximasse a passos largos uma etapa complicada, mais uma…mas vou sem medo, expectante com o acordar…
Em alturas complicadas, tenho sempre a mania de fazer balanços...Mas, levo a sensação do dever cumprido, como mãe, como filha, como irmã e até como amiga, mas vou vazia…como mulher falhei estrondosamente!
Não consegui nunca fazer-me amar, certamente por culpa minha, porque não tive capacidade para tal…
Durante uma vida inteira, dei-me sem nada pedir em troca, mas centenas de vezes nem o respeito que é devido a todo o ser humano obtive.
Como não sou santa, reconheço que em muitas alturas também  eu faltei ao respeito…violência gera violência, e eu nunca fui mansa perante os insultos, mentiras e chantagens.
Foram anos complicados, que eu tive a coragem de por um ponto final.
Hoje…a poucos dias desta intervenção, sinto-me um pouco vazia, solitária, mas levo um coração cheio de amor…..
Por vezes umas simples palavra, bastava para o consolar…porque as palavras têm o valor que têm, não querem dizer promessas, nem compromisso, mas serviriam de bálsamo no momento certo. Nunca as ouvi, nem ouvirei, é estranho, mas com esta idade, nunca recebi uma carta de amor… – que grande palerma, nada tenho a reclamar, o meu destino é isto mesmo –
Será que acordo? Espero bem que sim, mas tenho sempre dificuldades para o conseguir, já o foi de outra vezes...(eles que se livrem de não me acordarem!!!)
Por ti Mãe, espero voltar e andar por cá enquanto precisares de mim, só a ti,   faço falta mesmo, só tu me amas incondicionalmente e eu tenho o dever de te dar em dobro, tudo o que me deste a vida inteira.
A Filha está criada e acho que nunca saberá o quanto a desejei e quanto a amo, ela segue em frente com a sua vida, e que Deus a proteja e guarde, eu…estarei sempre na retaguarda com o colo pronto para a acolher, ela sabe-o bem.
Para TI…meu Sol de Outono, meu Pássaro de Fogo, foste a melhor coisa que me aconteceu!
Deste-me o que conseguiste…e foi muito, pintaste  a minha vida com as cores do arco-iris em  momentos lindos, tiveste a ternura e a gentileza de me aturares diariamente, embora nunca tenha percebido o que significo para ti, porque tu és assim com todas as pessoas…gentil, sensível , atento…
Talvez por isso eu me sinta tão vazia, porque nunca fui especial para ninguém.
A vida passou por mim até agora, mas eu acho que não a consegui viver, nem agarrar, passou simplesmente…
O meu último pensamento antes adormecer, será teu, porque levo o coração cheio da tua magia…
Que Deus me proteja, porque a minha vida sempre estará nas suas mãos.
O Blogue vai para férias…espero voltar…quem sabe…um até já!!!!

DETESTO A MENTIRA.....

Às vezes sinto-me nitidamente "material descartavel"...mentiras, são sempre mentiras, sejam elas piedosas ou não!
Ninguem tem obrigação de me visitar nem  de estar comigo, mas eu estupidamente chorar com certas situações e logo de seguida me aperceber que fui ludibriada...porra, fico lixada, é como se levasse um soco no estomago...
Se soubessem a dor que me causam, pensavam duas vezes antes de fazerem o que fazem e dizerem o que dizem...
Eu só sou loura, porque pinto o cabelo...mas chego à conclusão que ou sou completamente parva ou tenho muito bom feitio para engulir tanto sapo....até um dia!!!!!!!!!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

VAGUEANDO…

Vagueio num tempo
Entre o corpo e a alma!
O corpo, toco suavemente
Num prazer lúdico da descoberta,
Numa ternura morna
Das tardes de Outono.
A alma…essa
Acho que nunca irei tocar,
Efémera…vagueia fugidia,
Nunca saberei se a vou encontrar.
Esse será a o meu castigo,
Vaguear solitariamente
Num tempo e num espaço
Que só Deus terá acesso.

SER MÃE…

A tua indiferença…
Por vezes dói !!
O teu corre, corre
Para chegares a tudo
Trabalho, aulas, casa,  amigos,
Falta sempre tempo
Para chegares a mim…
Filhos, nós criamos
E, damos asas para voar.
Mas era bom…
E ficamos sempre com a secreta esperança
De os vermos visitar o ninho.
Mas…
O que nos resta muitas vezes
São as recordações
Dos cheiro, dos risos, das traquinices
E
Álbuns de fotografias.
Tenho saudades tuas, Filha !!
Mas tu não as entendes
Até talvez as estranhes.
Só as vais compreender
No dia,  que também tu
Esperares diariamente
Um – Olá Mãe - !

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MODOS DE SENTIR....

Há dias...em que uma simples palavra seria o suficiente para transformar um gélido dia de Inverno, num florido dia de Primavera...mas ela não aparece...
Há dias...em que pensamos que nada do que fazemos tem valor efectivo...
Há dias...em que nos fazemos de burras, engulimos elefantes...para não perdermos o pouco com a vida nos presenteia...
Há de factos dias dificeis de suportar!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

LÁGRIMA...

Uma lágrima rola-me na face
Mas por cada lágrima caída
Tento que nasça um novo sorriso
Lanço um olhar mendigo
E…
Estendo as mãos para o céu
Procurando alcançar uma estrela
Mas estrela sorriu…e disse
A tua estrela está na terra.
É verdade…
A minha estrela és TU…!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ÀS VEZES…..

Às vezes…penso que fui registada com uma data diferente da que consta da minha Cédula – tenho de aprofundar isto com a minha progenitora – No meu signo lunar impera o pragmatismo, a organização, o perfeccionismo e a racionalidade, enfim uma chata de galochas…os arrumadinhos e certinhos do zodíaco, conformo oiço as astrólogas dizerem.
Eu, sou praticamente o oposto, só sou perfeccionista na cozinha, adoro cozinhar e ver a cara de prazer de quem prova os meus petisquinhos e, também no serviço, não suporto coisas mal feitas e rasuradas, se leva o mesmo tempo a fazer bem, porquê fazer mal??
Recordo que na escola, quando as notas fraquejavam, era na apresentação dos cadernos e dos trabalhos práticos que as notas subiam.
Tenho pouco de racional, o coração sobrepõe-se sempre à razão…
Quando amo… entro de cabeça, não sei fazê-lo pela metade, preocupo-me até a dormir…amo com uma fidelidade tola e perfeitamente fora de moda, e fico magoada sim, demasiado, quando sinto a mentira a minar a relação, admito uma omissão, uma mentira nunca, não admito mentiras, mas eu sou assim mesmo e não mudo.
Às vezes…penso que sou completamente burra, ninguém se preocupa comigo assim – tirando a minha mãe – mas essa é suspeita, saí-lhe das entranhas e nunca me cortou o cordão umbilical!
Às vezes…até penso em deixar de escrever… poucos me lêem e nada têm a aprender, mas ainda não o fiz... sei lá eu porquê... acho que herdei o gosto pela escrita através da minha mãe, jornalista mais de 20 anos, com centenas de reportagens e sem um único desmentido, ela sim uma profissional exemplar e cuja escrita serviu a milhares de leitores, uma escrita de serviço público sem mácula.
Às vezes…penso em tanta coisa, sonho com tudo o que não fiz e nunca conseguirei fazer, que perco completamente o sono…o pensamento é um cavalo de corrida difícil de deter!
Às vezes…apetecia-me tanto fazer um jantar com velas…um abraço demorado…
Às vezes… às vezes… às vezes…

terça-feira, 23 de novembro de 2010

SOBRE O AMOR

Poderão ser tolas quaisquer palavras que suspiram amor?
Serão despidas de graça se a quem são dirigidas não lhes der a devida correspondência, mas quem as sintonizar na mesma onda, aí sim, as palavras deixarão de ser tolas para serem esculpidas como genuínas obras de arte. O que une as duas metades para completar o círculo é o amor mútuo, descomplexado, terno, tolerante, frontal, tocante.
Como pode existir união entre duas pessoas que dizem que se amam, que partilham um espaço mas quando próximas, estão distantes? 
Amor é partilha, comunhão, cumplicidade, silêncios gostosos onde apenas se ouve a respiração…
Amar, não é olhar um para o outro, mas sim olharmos na mesma direcção!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

LOBA SOLITÁRIA

Sinto-me cada vez mais
Uma Loba solitária
Sem matilha, rumo ou aconchego.
Perdida
Na névoa dos pensamentos
Procuro no Tejo
As recordações…
Os sonhos por viver,
Os dias adiados.
Nada sou… nada sei…
Nada desperto… nada inspiro…
Os círculos fecham-se
Na nostalgia do medo.
Um coração cheio de Amor
Que ninguém quer…
Caminho sozinha
Invisível… transparente…
O meu grito silencioso
Não faz eco…
Porque virei Loba
Deixei de ser Mulher.

CONFIDENCIAS.....

Há dias…pequenos momentos
Em que a tristeza bate!
Tolices…medos…inseguranças,
Um remoinho estranho!
Palavras, são apenas palavras,
Sei que o são…mas
Mas, que ao lê-las
Me entristecem.
A vida é, e sempre será assim
Perguntas sem resposta.
Não tenho direito a questionar nada
Resta-me o silêncio
E as minhas folhas de papel
Fieis confidentes
Que tudo admitem
E nada questionam.

domingo, 21 de novembro de 2010

MÃE

MÃE NÃO TEM LIMITE
É O PORTO DE ABRIGO
EM DIA DE TEMPESTADE,
É O TEMPO SEM HORA.

MÃE É ETERNIDADE…
É LUZ QUE NÃO APAGA,
QUE NOS GUIA NA ESCURIDÃO
DOS DIAS AMARGOS.

MÃE CHORA EM SILÊNCIO,
DÁ-NOS A VIDA
E DÁ A VIDA POR NÓS.

MÃE NÃO MORRE NUNCA
PORQUE É QUE DEUS PERMITE
QUE ELAS SE VÃO EMBORA?

MÃE NÃO TEM,
                                             NEM NUNCA TERÁ LIMITE

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Intermedio. La boda de Luís Alonso. J Gimenez. Lucero Tena


LUCERO TENA
Lucero Tena  é  notável na arte de tocar castanholas. Ela teve um lugar especial na dança espanhola, seja popular ou erudita. Algumas dançarinas se destacaram na habilidade em tocar as castanholas, mas nenhuma delas conseguiu, como LUCERO, dominar essa arte em si, como meio de expressão estética, com sua sensibilidade rítmica, o equilíbrio das variadas sonoridades e domínio original do instrumento.
Vários compositores escreveram para essa grande artista, incluindo Joaquín Rodrigo, que em 1966 compôs e dedicou a ela suas Duas Danças Espanholas. No decurso de uma longa e distinta carreira, Lucero Tena tem aparecido em salas de concertos em todo o mundo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A BUSCA

Quando oiço alguem fazer planos para o futuro, sorrio...
Ter futuro deve ser bom! Porque quando olho o meu futuro, só vejo vazio.
O futuro sempre foram os sonhos por realizar - os concertos que passaram e eu não vi... a ópera cantada ao vivo a que não assisti... o bailado que ficou na imaginação...a exposição que acabou... -
Até passear no areal e sentir o arrepio do mar no corpo quente, começa a ser um projecto adiado...
Embora o sonho seja uma constante da vida, como diz o Gedeão, os meus pecam pelos adiamentos sucessivos...

Busco no tempo
O tempo que passa
Ergo os braços…
Numa súplica não ouvida
Imenso espaço vazio
De transparência solitária.
Sou o Outono
Que antecede o Inverno
E do qual
Não conheceu o sol de Verão
Nem as flores da Primavera.
Um Outono de folhas caídas
De alma despida de esperança
Tronco nu a secar
Sem calor nem rega
Aguardando o último suspiro
E a hora do corte…

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Hoje recebi um mail. Vale a pena ser transcrito e ser feita uma reflexão séria sobre nós mesmos!!

Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.



Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público


A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.

Agora dizemos que Sócrates não serve.

E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.

Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

O problema está em nós. Nós como povo.

Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil
para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,
onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país:

-Onde a falta de pontualidade é um hábito;

-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.

-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,
reclamam do governo por não limpar os esgotos.

-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.

-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis
que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média
e beneficiar alguns.

Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.

-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.

-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro
e não para o peão.

-Um país onde fazemos muitas coisas erradas,
mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,
melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem
corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.

Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA'congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,
é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
 ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

Fico triste.

Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,
o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
 defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,
mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a
erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,
nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa ?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei
com a força e por meio do terror ?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece
a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,
ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,
igualmente estancados... igualmente abusados !

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa
a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos,
a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses
nada poderá fazer.

Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:

Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.

É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,
não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,
de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
 QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

 E você, o que pensa ?... MEDITE !





                            EDUARDO PRADO COELHO