segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

RIO DE SAUDADE…

Se uma onda se esbater
Numa fina areia de coral
Sou eu… me espraiando em ti
Levemente como uma aragem.
São pegadas marcadas no tempo
Que em espuma se desfazem.
Foge-me a lágrima e o suspiro
Que a maré leva e não traz
E em silêncio me fecho
Nesta concha feita casa
Onde diariamente corre um rio de saudade!


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

S. VALENTIM…

Pudesse ela encontrar no silêncio o afago e a suavidade de umas mãos quentes…e o silêncio seria um hino ao Amor, voaria do alto da montanha suavemente e descansaria numa nuvem de algodão!
Poder colar a sua pele como se fosse um carimbo…despi-lo com os olhos e serpentea-lo com os lábios docemente…
Um desassossego silencioso toma conta dela, apenas cortado pela respiração, tentando parar o pensamento!
O dia começava a clarear… tinha sonhado de novo acordada!
Levantou-se e olhando o espelho não pode deixar de sorrir…J

Ia morrer romântica e sonhadora com um eterno coração de menina.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

TEMPORAL...

                               
Hoje acordei cinzenta como o tempo...
                                Cansada da chuva que me afoga a alma ...
                                E do vento que me leva os sonhos!

A letra deste fado é a medida exacta de como eu me sinto









sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

UMA ENCRUZILHADA…


Encontraram-se um dia numa esquina da vida…cruzaram sorridente o olhar!
Estavam ambos no Outono da vida, e no meio de uma imensa tagarelice concluíram, que tinham vagueado pelos mesmos sítios sem nunca se encontrarem!
Duas vivências distintas…
Um com uma vida rica de episódios, estudos, viagens, pragmático e racional…com um sorriso gaiato que a prendeu, quase de imediato!
Ela, desencantada de muita coisa e com pouca coisa para contar…
A sua vida tinha sido um sombreado de sonhos por realizar, tolamente romântica, mas com um espírito forte.
A vida tinha-lhe ensinado a arte circense, jogo de cintura na adversidade e muitas vezes uma gargalhada com o coração apertado.
Horas de conversa que souberam a pouco – quando a conversa flui sabe sempre a pouco –
Aceitam-se à partida regras que não foram necessárias estabelecer! Silêncios onde as mãos falam e os olhares se perdem um no outro… e os malvados relógios que deviam ser partidos … por não deixarem eternizar os momentos!
Os sentimentos vagueiam pelo espaço… um forte, preciso e fiel, o outro uma incógnita intransponível!

Porque a vida é uma encruzilhada que tem de ser vivida da forma que se apresenta… há que agarrar o arco íris quando ele surge e não o deixar fugir!